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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Produto antifogo contamina golfinhos


Substância que retarda chama em diversos produtos é encontrada em cetáceos que vivem no alto-mar

estadao.com.br
Giovana Girardi
07 de fevereiro de 2012


SÃO PAULO - Uma substância usada para impedir que peguem fogo produtos tão variados quanto celulares, embalagens de alimento e travesseiros já está contaminando a costa brasileira, chegando a ser detectada em golfinhos de alto-mar.
Animais estudados vivem em uma população isolada no Sul e no Sudeste - William Rossiter/Cetacean Society International
William Rossiter/Cetacean Society International
Animais estudados vivem em uma população isolada no Sul e no Sudeste

Os chamados retardantes de chamas (ou PBDE – éter difenil polibrominado) foram achados em nove golfinhos-pintados-do-Atlântico (Stenella frontalis), capturados acidentalmente por pescadores entre 2004 e 2007 na costa de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e da Universidade Federal do Rio Grande (Furg-RS) fizeram a descoberta após analisar a gordura dos animais. Encontraram também altas taxas de pesticidas organoclorados como DDT – usado em plantações do Vale do Ribeira até 1997 – e PCB (bifenilpoliclorado ou ascaréis), também proibido desde 1981, proveniente, por exemplo, de indústrias de transformadores na baixada santista.

O trabalho, publicado na edição deste mês da revista Chemosfere, mostra que a concentração dessas substâncias não chega a ser maior que a observada em outros cetáceos de áreas mais poluídas, como a costa japonesa e a costa leste dos EUA.


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