Árvores não caem...
Queda de árvore é o fim da linha do
descaso do poder público
Árvores não caem...
Se houver cuidado...
Se houver planejamento...
Se houver inventário
quali-quantitativo...
Árvores caem pelo desprezo ...
Pela falta de cuidado...
Pela omissão dos órgãos
competentes...
Pela falta de planejamento...
Pelo desconhecimento técnico...
Pelos maus-tratos ...
Vejam também:
Entenda porque tantas árvores caem em São Paulo
Para botânico, chuva é desculpa da
prefeitura para amenizar o problema da espécie
Queda de árvore na região de Pinheiros, zona oeste da capital
Reprodução Fotos Públicas
A situação das árvores de São Paulo ganha destaque em dias de chuva forte,
como a que aconteceu na cidade nesta terça-feira (8). De acordo com Ricardo
Cardim, ambientalista e botânico especializado em biodiversidade nativa urbana,
a queda das árvores reflete os anos de abandono do tema pelo poder público.
— A Prefeitura de São Paulo usa muito o argumento de que a queda de
árvores é causada pelas fortes chuvas e pelos ventos, mas isso é só uma forma
de relativizar a falta de cuidados promovida por ela. É difícil uma rua da
cidade não ter ao menos uma árvore doente.
A professora de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
Pérola Brocaneli, afirma que é preciso criar um plano de gestão e manejo das
árvores.
— O plano deve ser tratado como inventário da vegetação urbana: com
tecnologia, com chip de identificação na árvore (para saber qual espécie, as
condições que se encontra, se há vegetação doente ou com suspeita de um
problema estrutural), entre outras coisas.
Cada árvore que caiu na capital paulista é preciso ser avaliada, segundo
a professora.
— Você tem que avaliar cada árvore para constatar se realmente foi chuva
ou o vento acima da média, se foi por causa da poda e, principalmente, na gola
(espaço que se detém ao redor do caule da árvore que toca a calçada). Muitas
vezes vemos as árvores destruindo as calçadas, mostrando que está em luta pela
vida.
E a doença das árvores vai além de cupins e fungos. Cardim explica que
podas mal feitas podem desequilibrar as árvore e o cimento e mureta em volta da
raiz dificultam a alimentação e a respiração das espécies.
— Árvores saudáveis podem até cair em meio a uma floresta, mas as quedas
na cidade são frutos dos maus tratos históricos. As árvores são vistas como
enfeite e não como o que elas são: itens vitais para o ser humano,
principalmente em um local artificial como às grandes cidades.
Para o ambientalista, faltam medidas públicas que priorizem a manutenção
e cuidados com as árvores.
— Tem que rever as normas. Hoje a manutenção contempla apenas a remoção
e a poda, que muitas vezes são feitas de qualquer maneira e condenam uma árvore
que poderia ser sadia. Precisa ter investimento em equipe, material. E,
principalmente, ter cartilhas e educação ambiental da população, que erra,
muitas vezes, por falta de orientação, como nas vezes que sobra aquele cimento
de uma abra e ele é jogado no entorno sobre a raiz, ou quando plantam espécies
inadequadas para aquele local.
A professora Pérola atenta ao fato de que é difícil perceber que uma
árvore cairá.
— É a coisa mais difícil é saber se a árvore vai cair ou não. Segundo o
plano de gestão e manejo da arborização urbana criado para Belo Horizonte (MG),
o único indício é ver se a espécie possui ou não o fungo “orelha de pau”. No
geral as árvores são resistentes, mas existem aquelas que são incompatíveis com
a área urbana.
*Colaborou Plínio Aguiar, estagiário do R7
Publicado em 25/03/2009 por Ricardo
Cardim
Árvore sufocada na Zona Leste de São Paulo. Ricardo Cardim
Todo verão é a mesma história:
árvores caídas nas manchetes dos jornais como causadoras de prejuízos na
cidade de São Paulo. A primeira culpada, logicamente, é a árvore, apontam
muitos. Mas a verdade não é muito bem essa.
O ser humano tem mais culpa quando se
fala em árvores urbanas no chão. É fácil ver cenas como essa acima
nas calçadas da Cidade – o tronco todo cimentado em volta, sem nada de solo
exposto – isso impede a aeração do solo e das raízes consequentemente,
prejudicando a saúde da planta e a deixando vulnerável. Podas destrutivas que
desequilibram a árvore devido algum interesse particular, como letreiros de uma
loja, também colaboram. Corte de raízes que estavam “quebrando a calçada”
(aliás as raízes quebram o piso na tentativa de conseguir a areação de solo )
tiram a sustentação e basta uma tempestade para ventar e amolecer a terra,
derrubando a árvore.
Isso sem falar na escolha errada de
espécies, muitas exóticas ou nativas em locais errados dentro da malha urbana.
Existe a árvore certa para o local adequado, e nativa de preferência, já que
temos mais de 200 espécies de árvores de todos os tipos na mata original da
Cidade.
As quedas naturais ocorrem, seja pela
idade avançada, cupins e até a inevitável poluição do meio urbano. Mas
muitas poderiam ser evitadas se as pessoas e as concessionárias elétricas
tivessem um pouco mais de cuidado com essas prestadoras de serviços ambientais
urbanos, principalmente aqueles que tem árvores na porta de casa.
Ricardo Henrique Cardim
Publicado em 07/04/2010 por Ricardo
Cardim
A imagem das árvores urbanas perante
a população nos últimos meses não tem sido a melhor. Com as constantes
quedas de árvores e galhos, os prejuízos materiais e até tragédias
ocasionadas nas tempestades, tenho recebido muitas consultas e pedidos de como retirá-las
de frente de casa ou empresa. Árvore ficou vinculada à problema.
Nada mais errado, ela é solução para
as questões ambientais e de qualidade de vida nas cidades. Mas esses
acidentes na maioria das vezes tem a culpa do homem, seja o Poder Público ou
cidadão. E muitos tem origem em algo que parece benéfico para a planta e
usual – as podas de galhos grandes.
Quando se corta galhos maiores que 5
cm de diâmetro, expõe-se uma área de tecidos vivos da planta susceptíveis à
invasão e colonização de agressores como cupins e fungos, e dado o tamanho da
“ferida”, a árvore demora a cobrir a poda com a casca e fechá-la. Nesse espaço
de tempo, ela pode ser contaminada e ter sua sentença de queda.
Abaixo seguem alguns exemplos de como
essas podas erradas, justificadas por fiação aérea, “estética”
ou interesses humanos podem causar a destruição da árvore e
problemas.
Tipo de poda comum em São Paulo - para aumentar a altura do tronco da
árvore, foi cortado esse grande galho. Embora a casca tenha começado a fechar,
o tempo não foi suficiente, e no lado direito do corte percebemos a podridão
acessando o interior do lenho. essa poda de condução deveria ter sido feita
quando o galho tinha menos de 5 cm de diâmetro.
Nesse caso a poda causou grande lesão em toda a extensão do tronco e os
cupins o colonizaram, comprometendo a planta.
Aqui, a poda abriu caminho para o apodrecimento do cerne da planta.
Outro erro comum é o uso de ferramentas inadequadas. O corte deve ser
liso e feito por instrumento afiado como tesoura de poda ou serra e nunca por
facão e machado, que deixa uma superfície áspera, difícil de cicatrizar e ótima
para invasores.
Infelizmente, casos assim
são comuns em quase todas as ruas da cidade. No próximo post apresentarei
como deve ser feita uma poda correta e que evite ao máximo a chance de
prejuízos para a saúde da árvore.
Manejo
inadequado contribui para a queda de árvores em SP, diz especialista
Publicado em 13/01/2015 - 15:00
Por Fernanda
Cruz - Repórter da Agência Brasil São Paulo
A cidade de São Paulo registrou,
nos últimos 15 dias, pelo menos 760 quedas de árvores, segundo balanço da
prefeitura. Com as tempestades de verão, as árvores fragilizadas por terem sido
plantadas em lugares inadequados, recebido poda errada ou por apresentarem
apodrecimento acabam não resistindo.
Segundo o biólogo Sérgio
Brazolin, especializado em arborização urbana e pesquisador do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), a maioria dessas árvores tinha entre
60 e 70 anos de idade, e foi plantada sem planejamento. “Elas foram colocadas
em condições inadequadas, como em calçadas estreitas, o que hoje não se pratica
mais.”
Árvores de grande porte precisam
de um sistema de raízes reforçado, “mas, em um passeio pequeno, elas mal
conseguem fazer crescer as raízes em todos os sentidos. Para o sentido da rua,
por exemplo, ela não cresce”, esclarece o especialista,.
Além da falta de espaço para
crescer, a ação do homem contribui para tornar ainda mais frágeis as árvores na
cidade. Algumas pessoas decidem cortar as raízes das árvores para evitar que
danifiquem a estrutura da calçada. “Isso é como contar o seu pé: a árvore perde
a sustentação. Daí, num vento forte, que nem precisa ser tão forte, ela cai.
Tem poda que, às vezes, é feita e desequilibra a árvore. Imagina uma copa de
árvore que é podada só de um lado –todo o peso dela é jogado para o outro lado.
Hoje existem manuais de boas práticas para podas, que têm de ser seguidas pela
prefeitura e pela companhia de energia elétrica”.
Outro motivo para a queda de
árvores é o apodrecimento do tronco, principalmente na base. Brazolin explica
que, muitas vezes, as pessoas olham um tronco por fora e não percebem que, por
dentro, ele está oco. Em períodos chuvosos, o solo encharcado e o aumento do
peso da árvore em razão da água que se acumula na sua copa são fatores que a
fazem cair.
“Em dias de ventos muito fortes,
essas árvores, que estão fragilizadas, principalmente porque estão apodrecidas
internamente, atacadas por cupins ou fungos, estão grandes, pesadas. Elas
rompem na parte fragilizada”. Quando uma árvore sadia cai, não há rompimento –
ela tomba levantando a sua raiz, esclarece o especialista.
Entre as soluções para evitar
esses problemas está o uso da calçada verde, feita, em parte por grama. “Isso
permite o desenvolvimento da árvore”, disse Sérgio. O especialista também
informou que a prefeitura tem a responsabilidade de fazer diagnósticos e,
preventivamente, remover ou podar a árvore para diminuir o seu peso e evitar o
tombamento.
“Isso não se faz num verão. Esse
manejo, a retirada ou poda de árvores, tem que ser planejado por muitos anos, e
é um trabalho contínuo. Existem informações que já permitem você eliminar
árvores, que a gente chama de evidência objetiva de problema”, declarou.
Em nota, a secretaria de
Coordenação das Subprefeituras de São Paulo informou que realiza um trabalho
contínuo de manejo das árvores em toda a cidade. “Sistematicamente, os
engenheiros agrônomo realizam uma avaliação técnica para diagnosticar as
condições fitossanitárias de cada árvore. Havendo a necessidade de poda, a
autorização é feita pela respectiva Subprefeitura e o manejo é programado”. No
caso de retirada, uma nova muda é plantada no prazo de 30 dias.
“Em 2014, foram realizadas mais
de 100 mil podas, 14 mil remoções e aproximadamente 11 mil substituições com
árvores novas, em atendimento a 66 mil solicitações registradas pelo Sistema de
Atendimento ao Cidadão, 156, ou praças de atendimento”, completa a nota. A
prefeitura orienta a população a solicitar o manejo de árvores pelo telefone
156, pelo sitesac.prefeitura.sp.gov.br ou pessoalmente na subprefeitura da sua
região.
Edição: Jorge Wamburg
Início Planeta Meio Ambiente Biólogo
aponta técnicas de prevenção para evitar queda de árvores
Biólogo aponta
técnicas de prevenção para evitar queda de árvores
Por
-
26 de fevereiro de 2015
519
As fortes chuvas e o vendaval
ocorridos no início do ano provocaram a queda de pelo menos 900 árvores na
cidade, de acordo com a Prefeitura de São Paulo. Para o presidente do Conselho
Regional de Biologia, Luiz Eloy Pereira, a falta de cuidado preventivo e de um
plano de mapeamento das árvores da cidade é o principal responsável pelas
ocorrências.
“Muitas árvores da cidade estão
doentes porque não são cuidadas como deveriam. Os principais motivos para o
enfraquecimento das árvores nas grandes metrópoles são a falta de espaço para o
crescimento das plantas, podas mal feitas e também a infestação de cupins e
fungos. No entanto, parece não haver um trabalho de prevenção para esses
problemas”, alerta o presidente do Conselho.
Segundo Pereira, há técnicas de
arvoricultura e equipamentos adequados que ajudam na identificação e no
tratamento de árvores enfraquecidas. “Mas é preciso que este trabalho de
manutenção e prevenção seja realizado com frequência, obedecendo a rígidos
critérios de observação e cuidados necessários. Não apenas quando o problema é
possível de ser constatado até por quem não entende nada do assunto”, defende
Pereira.
Um dos instrumentos utilizados pelos
biólogos para identificar se uma árvore já está morta ou se está comprometida
pelo ataque de alguma praga é o boroscópio. Pereira explica que este aparelho
funciona como um ultrassom, reproduzindo imagens da parte interna da árvore.
Outro equipamento também utilizado pelos biólogos é o resistógrafo, que ajuda a
medir a resistência das árvores a fatores externos.
Mas, para casos extremos, onde é
realmente possível observar que a árvore já está comprometida e prestes a cair,
recomenda-se que a população acione a administração pública o quanto antes,
para que sejam tomadas as medidas necessárias. Em 2014, de acordo com o Centro
de Controle Operacional Integrado, órgão do município paulista, 2252 árvores
caíram na cidade. Em 2013, foram 1861 quedas.
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