24 de Dezembro de 2012 • 07h19 • atualizado às 08h45
Uma nova
análise histórica sobre as temperaturas no oeste da Antártida revelou que a
região está sofrendo com aquecimento em um ritmo duas vezes mais acelerado do
que se imaginava. Pesquisadores americanos disseram ter encontrado sinais de
aquecimento durante o verão da placa de gelo da parte oeste da Antártida (WAIS,
em inglês).
Eles
temem que o derretimento do gelo, provocado pelas temperaturas maiores, possa
contribuir para o aumento no nível do mar. O estudo dos cientistas foi
publicado na revista científica Nature Geoscience. Os cientistas
compilaram dados levantados pela estação Byrd, que foi estabelecida pelo
governo americano na placa oeste da Antártida na década de 1950.
Lacunas
estatísticas
Estudos anteriores não conseguiram chegar a conclusões sobre os números levantados na estação Byrd ao longo dos anos, já que não havia dados suficientes. A nova pesquisa feita pelos cientistas americanos usou modelos de computadores para preencher as lacunas estatísticas.
Estudos anteriores não conseguiram chegar a conclusões sobre os números levantados na estação Byrd ao longo dos anos, já que não havia dados suficientes. A nova pesquisa feita pelos cientistas americanos usou modelos de computadores para preencher as lacunas estatísticas.
Com base
nesses modelos, os pesquisadores acreditam que a temperatura subiu 2,4 graus em
média, entre 1958 e 2010. "O que estamos vendo é um dos sinais mais
fortes de aquecimento da Terra", afirma Andrew Monaghan, co-autor do
estudo e cientista do US National Center for Atmospheric Research. "Esta é
a primeira vez que pudemos determinar que há aquecimento durante a temporada de
verão."
É natural
esperar que as temperaturas sejam mais elevadas durante o verão, em comparação
com outras estações, mas a Antártida é uma região tão fria que o clima
permanece razoavelmente parecido durante todo o ano.
Outro
autor do estudo, o professor David Bromwich, da Ohio State University, acredita
que o estudo revela que o planeta ultrapassou um limite crítico. "O fato
de que as temperaturas estão aumentando no verão significa que a WAIS vai se
derreter não só a partir da parte de baixo, como já observamos hoje, mas também
a partir da parte de cima."
Atividade
humana ou mudança natural?
Estudos anteriores publicados na revista científica Nature indicavam que a temperatura da WAIS estava aumentando devido ao aquecimento do oceano, mas a nova pesquisa indica que a atmosfera também está desempenhando um papel importante. Os cientistas dizem que as mudanças podem estar sendo provocadas por alterações nos padrões de ventos no Oceano Pacífico.
Estudos anteriores publicados na revista científica Nature indicavam que a temperatura da WAIS estava aumentando devido ao aquecimento do oceano, mas a nova pesquisa indica que a atmosfera também está desempenhando um papel importante. Os cientistas dizem que as mudanças podem estar sendo provocadas por alterações nos padrões de ventos no Oceano Pacífico.
"Estamos
observando um impacto mais dinâmico que ocorre devido às mudanças climáticas
que acontecem em outros lugares do globo e aumentam o acúmulo de calor na
WAIS", diz Monaghan. A pesquisa não revela o grau de influência da
atividade humana no aquecimento registrado na Antártida.
"Esta
questão ainda está em aberto. Este estudo não foi feito. Minha opinião é que
provavelmente existe [impacto da atividade humana no aquecimento da Antártida],
mas não posso dizer isso com certeza". Para o professor Bromwich, um
estudo para determinar esta questão específica precisa ser feito agora.
Um dos
temores dos cientistas é que aconteça desabamentos de grandes pedaços de
geleiras, como ocorreu em 2002 com o segmento conhecido como Larsen B. Em
apenas um mês, o Larsen B se desprendeu da massa de gelo do continente.
"Essa é uma preocupação do derretimento constante do oeste da Antártida,
se os padrões de temperatura continuarem assim no verão".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.