Em defesa dos paralelepípedos do Cambuí
Bairro Cambuí-Campinas-SP
Emdec através de um TAC (termo de acordo e compromisso) com a Construtora Plaenge -obra rua Maria Monteiro.
O projeto é para asfaltar algumas faixas de pedestres do bairro.
Mas na primeira intervenção, o projeto foi executado de forma irregular.Ao invés de asfaltar apenas as faixas de pedestres na esquina das ruas Maria Monteiro e Américo Brasiliense, o funcionário Celso Pedroso-da EMDEC- asfaltou a esquina toda, cobrindo os paralelepípedos históricos.
Projeto aprovado e que deve ser seguido:
https://drive.google.com/file/d/1OMaP4ZZvaatyAwkgz65lsFHW_LQfYzN-/view?usp=sharing
O morador Antônio Pompeu esteve no local e foi entrevistado:
https://www.youtube.com/watch?v=lzZCtbwlO5A
Em 24/9/21 o vereador Paulo Gaspar promoveu uma reunião do presidente da Emdec Ayrton Camargo e Silva com moradores e associação do bairro.
E foi garantido que não teremos asfalto onde é paralelepípedo.O trabalho de asfaltamento para melhoria da sinalização será APENAS nas faixas de pedestres.
A associação Resgate Cambuí pretende entrar com pedido de retirada do asfalto que não constava do projeto ,nas esquinas das ruas Américo Brasiliense com Maria Monteiro.
Projeto:
Execução:
Artigos:
Recapeamento de vias no Cambuí gera polêmica por causa dos paralelepípedos
O arquiteto e urbanista Antonio Pompeo de Camargo diz que, segundo o projeto, o asfalto deveria ser colocado apenas nas faixas de pedestres, mas que foi ampliado para todo o cruzamento da Rua Maria Monteiro com a Américo Brasiliense, primeiro a receber a intervenção, e que o mesmo deve ocorrer nos outros 21 cruzamentos.
“Pelo projeto original era asfaltar somente a faixa de pedestres. Eles iam deixar o miolo sem cobertura”, diz.
A Prefeitura ressalta ainda que a EMDEC autorizou a ação e que não há impedimentos para essa medida. “O paralelepípedo não será retirado nem mesmo no trecho sinalizado. O projeto seguirá o que foi aprovado”, finaliza.
Emdec faz bloqueios parciais em 22 cruzamentos do bairro Cambuí, em Campinas
A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) interdita, a partir desta segunda-feira (20), 22 cruzamentos do bairro Cambuí. Os bloqueios ocorrem no período das 8h às 17h até a próxima segunda (27).
Segundo a empresa, a ação é por conta das obras de recape do pavimento e revitalização de sinalização viária. Não haverá necessidade de rotas de desvio. As interdições acontecem de forma escalonada e parcial.
Cronograma de bloqueios nos cruzamentos
Segunda-feira (20)
- Rua Maria Monteiro x Rua Américo Brasiliense
- Rua Sampainho x Rua Maria Monteiro
Terça-feira (21)
- Rua Cel. Quirino x Rua General Osório
- Rua Cel. Quirino x Rua Conceição
Quarta-feira (22)
- Rua Ferreira Penteado x Rua São Pedro
- Rua Cel. Quirino x Rua Ferreira Penteado
- Travessa Álvares de Azevedo x Rua Cel. Quirino
- Avenida Benjamin Constant x Rua Padre José Teixeira
- Avenida Benjamin Constant x Rua Cel. Quirino
- Rua Dona Presciliana Soares x Rua Cel. Quirino
Quinta-feira (23)
- Rua Dr. Guilherme da Silva x Rua MMDC
- Rua Dr. Guilherme da Silva x Rua Severo Penteado
- Rua Dr. Guilherme da Silva x Rua José Guatemosin Nogueira
- Avenida Cel. Silva Telles x Rua José Guatemosin Nogueira
- Rua Emília Paiva Meira x Rua Cel. Quirino
- Rua Américo Brasiliense x Rua Cel. Quirino
- Rua MMDC x Avenida Cel. Silva Telles
Sexta-feira (24)
- Rua Bandeirantes x Rua Cel. Quirino
- Rua Santos Dumont x Rua Cel. Quirino
Segunda-feira (27)
- Rua Maria Monteiro x Rua Bandeirantes
- Rua Santos Dumont x Rua Dr. Vieira Bueno
- Rua Santos Dumont x Rua Olavo Bilac
Agentes da mobilidade urbana irão monitorar a região durante os bloqueios. Em caso de dúvidas sobre circulação, o morador pode entrar em contato com a Emdec pelo telefone 118.
História e polêmica nas
ruas de pedra em
Campinas
Imunes a críticas e cercados de polêmica, paralelepípedos sobrevivem em bairros da cidade
Tradicionais em antigos bairros de Campinas como Vila Industrial, Centro, Cambuí e Joaquim Egídio, as ruas de paralelepípedos ou de pedras carregam um pouco da história da cidade e oferecem charme a todo seu entorno. Porém, sua permanência em certos pontos não é unânime, gera polêmica e divide a opinião de moradores e frequentadores da região onde estão implantadas.Quem defende o tradicionalismo afirma que é importante que tudo permaneça como está e que nada seja mudado, já que esse tipo de via preserva a história da cidade, ajuda a reduzir a velocidade dos veículos, é ecologicamente correta, ajuda a escoar a água da chuva e tem alta durabilidade, gerando menos custo para a Administração.Já por outro lado, quem levanta a bandeira pela modernização afirma que é necessário reformar a rua e deixá-la asfaltada para que haja mais segurança e conforto, principalmente para veículos e motos, evitando acidentes. Além disso, os que são contrários dizem que as vias desse tipo no município são mal cuidadas e esburacadas. Resistentes ao tempoO fato é que mesmo não sendo unanimidade as ruas de paralelepípedo resistem em Campinas. A Prefeitura não tem um levantamento com o número total de ruas de pedra no município ou a quantidade de quilômetros de vias públicas construídas com o material. Porém, informa que a maioria que ainda resiste está localizada nas áreas do Centro, Cambuí, Vila Industrial e no distrito de Joaquim Egídio. “Não temos o levantamento com exatidão. Mas por dados visuais, a grande concentração está na Vila Industrial, próxima à igreja São José, no entorno das ruas 24 de Maio e João Teodoro”, afirma o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulela.Ele lembra que a cidade viveu um período onde várias ruas de pedras foram cobertas por asfalto. “Isso aconteceu no início dos anos 2000. O grande motivo foram as trepidações dos ônibus e automóveis. Os paralelepípedos são pisos irregulares e mais propícios a causar acidentes e derrapagens. É ainda mais liso na chuva.” Ele lembrou que vias como Rua José Paulínio e Paula Bueno — que possuem fluxo grande de veículos — foram asfaltadas, mas sem retirar as pedras. “Com isso conseguimos manter a história no local. Particularmente acredito que os blocos trazem mais benefícios. A durabilidade dele é de algumas centenas de anos, enquanto que o asfalto é de apenas dez anos”, disse.Apesar do apelo histórico, as ruas de pedras não são reconhecidas oficialmente como patrimônio da cidade pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc). Não há ruas de pedra tombadas na cidade. Porém, o órgão afirma que algumas estão em seis áreas onde estão instalados prédios tombados. Com isso, todo o entorno do imóvel preservado, inclusive as ruas de paralelepípedo, acaba inserido no conjunto da área tombada. Assim, elas não podem ser cobertas por asfaltamento sem aval do Condepac.Entre as áreas “protegidas” destacam-se a rua do colégio Liceu Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, na Rua Baronesa Geraldo de Resende, no Jardim Nossa Senhora Auxliadora, onde o trecho em frente a fachada da escola ainda é preservado. Outro exemplo é a rua do hospital Casa de Saúde, na Praça Anita Garibaldi. InfânciaA lembrança da adolescência, de correr e jogar bola na rua de pedra, ainda é viva na memória do aposentado Antonio Palatin, de 77 anos. Ele é morador da Vila Industrial desde menino e defende a permanência dos blocos antigos em todas as ruas do bairro. “Isso é patrimônio das pessoas daqui, da vila e da cidade. Graças à preservação, posso olhar para a rua em frente de casa e me lembrar de tudo o que vivi nessas ladeiras. É como embarcar num túnel do tempo”, afirmou. O aposentado também justifica a permanência dos blocos pela segurança no bairro. “Como ainda são pedras os motoristas são obrigados a reduzirem a velocidade. Imagina nessas ladeiras com asfalto? O povo vai correr e vai ser muito perigoso.” Ele ainda lembra que os blocos ajudam a escoar a água da chuva. “A rua é muito íngreme, imagina uma forte chuva nessa rua asfaltada? Vai descer muita água e vai entrar nas casa, vai ser um horror. Hoje, a água é absorvida pelos vão das pedras”, analisa.A opinião é a mesma do aposentado Marcos Rafaeli, de 60 anos. Ele diz que a Rua Barão de Jaguara, formada por pedras, é uma das últimas a remeter Campinas ao seu passado. “Ela é linda. Não tem que asfaltar. É só o motorista reduzir a velocidade que nada acontece. Temos que preservar a memória de Campinas e a formação com blocos é isso.”O pedreiro Robson Geraldo Nascimento morou por sete anos na Espanha e atualmente vive na Vila Industrial. “Na parte velha das grandes cidades da Europa esse calçamento é lindo. É extremamente belo e nos remete ao passado. Acredito que deveriam cuidar melhor disso, senão era melhor tirar e passar asfalto mesmo. Abandonado fica muito feio.” AnálisePara o especialista em urbanismo e professor de arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), João Verde, a necessidade de passar o asfalto deveria acontecer apenas em extrema necessidade. “Em trechos de acidente, senão deve permanecer como está. Porém, tem pontos que com o passar dos anos, a pedra ficou muito lisa, e acidentes podem ocorrer, principalmente em descidas. Existe um trabalho de manutenção, mas é difícil a Prefeitura encontrar especialistas no assunto.”Por outro lado, ele afirmou que há vias, principalmente no Cambuí, onde é impossível a pavimentação. “Quando construíram o Cambuí, quase não fizeram local para o escoamento de água. E, hoje, é impossível pensar em pavimentação em certos pontos do bairro. Já fica alagado só com os blocos, imagine sem.”
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