27 / 06 / 2012
Consumo justo, valorização da produção local e do trabalho com a terra foram os temas centrais da palestra do ativista italiano Carlo Petrini, fundador e presidente do movimento Slow Food, na terça-feira (26), no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).
Petrini teceu críticas ao atual sistema agrícola, que, segundo ele, privilegia a produção extensiva e o monocultivo, além da mercantilização da terra e da desvalorização do trabalho do agricultor.
Para o ativista, o sistema alimentar global não é sustentável. E não o é pelos seguintes motivos: a fertilidade dos solos está se exaurindo devido o uso de muitos produtos químicos; o homem está usando mal a água, que já começa a faltar e será a causa dos conflitos vindouros; não se paga bem aos agricultores; a Terra está perdendo a biodiversidade, com a extinção de espécies animais e vegetais.
De acordo com Petrini, nos últimos dois séculos, extinguiu-se algo em torno de 55% das espécies animais e vegetais. Além disso, o ativista apontou como problema o imenso desperdício de alimentos. “[Esse sistema é] uma folia alimentar, uma loucura, um sistema em que se perde cada vez mais alimentos”.
Há, para o italiano, três formas de mudar e sair deste ambiente de crise: reduzir o desperdício, aproveitando melhor a integralidade dos alimentos; retornar à terra, valorizando o agricultor e seu papel, por meio, inclusive, do comércio justo; além de investir em educação e informação.
Petrini enfatizou a necessidade de mudar a mentalidade a respeito do papel do agricultor, mantendo-o no campo e também atraindo os jovens para o trabalho rural. Ele, no entanto, explica que não se trata de ter uma visão antiga, de retrocesso. “Não tenho uma visão romântica do mundo antigo. Lá, se passava fome. Mas é preciso uma nova agricultura, que respeite a comunidade e a terra, usando as boas vantagens da tecnologia. É uma economia de pequena escala, mas inteligente”, observa.
Apesar de considerar que o mundo está em um “momento histórico em que podemos ter uma nova política”, o ativista também criticou eventos como a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
O movimento Slow Food tem ativistas em diversos pontos do Brasil, atuando em parcerias com o governo federal e comunidades, organizações não governamentais e governos locais. Na página do grupo na internet, há um guia de iniciativas de alimentação que valorizam a culinária local e classificam a alimentação como um processo integrado e holístico. (Fonte: Guilherme Jeronymo/ Agência Brasil)
Consumo justo, valorização da produção local e do trabalho com a terra foram os temas centrais da palestra do ativista italiano Carlo Petrini, fundador e presidente do movimento Slow Food, na terça-feira (26), no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).
Petrini teceu críticas ao atual sistema agrícola, que, segundo ele, privilegia a produção extensiva e o monocultivo, além da mercantilização da terra e da desvalorização do trabalho do agricultor.
Para o ativista, o sistema alimentar global não é sustentável. E não o é pelos seguintes motivos: a fertilidade dos solos está se exaurindo devido o uso de muitos produtos químicos; o homem está usando mal a água, que já começa a faltar e será a causa dos conflitos vindouros; não se paga bem aos agricultores; a Terra está perdendo a biodiversidade, com a extinção de espécies animais e vegetais.
De acordo com Petrini, nos últimos dois séculos, extinguiu-se algo em torno de 55% das espécies animais e vegetais. Além disso, o ativista apontou como problema o imenso desperdício de alimentos. “[Esse sistema é] uma folia alimentar, uma loucura, um sistema em que se perde cada vez mais alimentos”.
Há, para o italiano, três formas de mudar e sair deste ambiente de crise: reduzir o desperdício, aproveitando melhor a integralidade dos alimentos; retornar à terra, valorizando o agricultor e seu papel, por meio, inclusive, do comércio justo; além de investir em educação e informação.
Petrini enfatizou a necessidade de mudar a mentalidade a respeito do papel do agricultor, mantendo-o no campo e também atraindo os jovens para o trabalho rural. Ele, no entanto, explica que não se trata de ter uma visão antiga, de retrocesso. “Não tenho uma visão romântica do mundo antigo. Lá, se passava fome. Mas é preciso uma nova agricultura, que respeite a comunidade e a terra, usando as boas vantagens da tecnologia. É uma economia de pequena escala, mas inteligente”, observa.
Apesar de considerar que o mundo está em um “momento histórico em que podemos ter uma nova política”, o ativista também criticou eventos como a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
O movimento Slow Food tem ativistas em diversos pontos do Brasil, atuando em parcerias com o governo federal e comunidades, organizações não governamentais e governos locais. Na página do grupo na internet, há um guia de iniciativas de alimentação que valorizam a culinária local e classificam a alimentação como um processo integrado e holístico. (Fonte: Guilherme Jeronymo/ Agência Brasil)
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