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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Diversificação requer cuidado para não ter de repassar lucro
Caso a concessionária de energia use qualquer dos seus ativos na empresa dedicada à fibra óptica, terá de distribuir ganhos


11 de dezembro de 2011

BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo


A regulamentação não impede que as empresas de energia constituam empresas só para explorar o negócio de fibra óptica. Se essa atividade usar qualquer ativo das concessões do setor elétrico, porém, parte do lucro da companhia de energia tem de ser repassado para baixar o preço da tarifa elétrica.

"A distribuidora pode ter uma empresa e explorar fibra óptica, mas, se ela usar qualquer coisa da concessão da distribuição ou funcionários da distribuidora, aí isso é capturado para a tarifa de energia", diz o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner.

Se a empresa for totalmente independente da empresa de energia, porém, toda a receita fica livre dessa captura. Esse foi o caso da Atimus, subsidiária da AES com atuação em São Paulo e Rio, vendida à TIM. "Sempre foi uma empresa independente, fisicamente inclusive", diz Teresa Vernaglia, diretora comercial da AES Eletropaulo.

Ela explica que a Eletropaulo era uma das clientes da Atimus. Entre elas havia um contrato comercial como com qualquer outra empresa, explica a executiva. Na outra ponta, a Atimus usava os postes da Eletropaulo, pagava por isso e os valores eram repassados para a tarifa de energia.

A empresa foi vendida à TIM, mas a relação comercial entre as duas continua, segundo Teresa. Na visão da executiva, as elétricas não precisam ser, necessariamente, proprietárias de subsidiárias de fibra óptica para usar os recursos tecnológicos para a prestação de serviço. "Talvez a distribuidora encontre no mercado uma solução mais adequada para ela. No caso da Atimus, estávamos no lugar certo, na hora certa, e com a tecnologia certa, por isso a operação foi bem-sucedida", afirmou.

A aquisição da Atimus por R$ 1,6 bilhão pela TIM agregará à empresa R$ 5 bilhões, calcula Rogério Takayanagi, presidente da TIM Fiber, nome dado pela companhia à Atimus. "Talvez não tenha sido mais barato que construir a rede, mas foi mais rápido." A partir dessa operação, a TIM lançará até o segundo trimestre de 2012 o serviço de banda larga fixa, usando as estruturas da Atimus e da Intelig.

A PromonLogicalis, consultoria de telecomunicações, tem ajudado algumas distribuidoras a avaliar essas oportunidades. "As empresas de energia podem querer concentrar todos os investimentos, pensando lá na frente no smart grid. Só que isso demandará muito investimento. Por isso, uma parceria pode ser vantajosa para ambas as partes", observa Luis Minoru Shibata, diretor da consultoria. / K.M.

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,diversificacao-requer-cuidado-para-nao-ter-de-repassar-lucro-,809492,0.htm

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